IGP-M

Diálogos são frequentes para negociar reajuste


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Foto: Eduardo Ramos

Francine Boijink
Especial

As negociações têm sido uma constante quando o assunto é a locação de imóveis. Com a disparada do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que figura como um dos principais indicadores ligados ao reajuste de aluguéis e que chegou a 37,04% em 12 meses anteriores a maio deste ano, o diálogo se tornou ainda mais importante. O objetivo é evitar a inadimplência e até questões judiciais. A expectativa é que o percentual de antes da pandemia não seja retomado ainda durante o próximo ano.

Mesmo em um panorama considerado mais ameno no momento, com um aumento de 0,02% em novembro, os 17,89% de alta em 12 meses, também conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ainda são considerados elevados. "Nenhum reajuste de aluguel, de rendimentos de qualquer natureza, chega perto disso", comenta Antônio Odil de Castro, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Edifícios em Condomínios Residenciais e Comerciais (Secovi) Centro Gaúcho.

De acordo com ele, os diferentes índices sempre apresentavam uma proximidade entre si e o fato do IGP-M ser divulgado antes dos demais, pela praticidade, fez com que ele passasse a ser utilizado no reajuste dos aluguéis. " O que não causava problema porque eles eram muito próximos. Tivemos, agora, no ano passado, com a escassez absurda de alguns produtos e a variação muito abrupta da cotação do dólar, uma diferença muito grande", explica Castro.

Para o presidente da entidade, seria mais adequada a aplicação do Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA), já que o aluguel também está relacionado ao consumo.

Negociações

Em um período de nove anos, o diretor de imobiliária Giuliano Cancian afirma não ter vivenciado um cenário como este. "Desses dois anos para cá, tivemos tanto a questão das negociações, devido à pandemia, em que muitos inquilinos acabaram ficando desempregados, tendo uma diminuição da sua renda, quanto agora nessa alta do IGP-M, que está acompanhando essa inflação. Na maioria dos casos, o pedido de negociação, de não reajuste ou de reajuste menor, tem partido do inquilino.

Conversa

A importância do diálogo e a atuação da imobiliária como intermediadora nessa negociação são fundamentais. De acordo com Cancian, é preciso levar em consideração tanto a realidade do locatário, quanto a do locador. Ele destaca a relevância de avaliar, de ouvir o locatário, a proposta dele, o porquê dessa redução, desse não reajuste do aluguel, bem como ouvir o locador para saber se essa redução proposta será aceita, se vai impactar nos ganhos e na remuneração dele. Mesmo com esse cenário,que remete à adequação dos valores do IGP-M, Cancian acredita que, em função do quadro de instabilidades, o percentual aplicado antes da pandemia ainda não deve ser retomado em 2022. Assim, esse diálogo não deve ser uma tendência apenas deste ano, seguindo em alta no cenário de locação de imóveis também ao longo do ano que vem.


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